Desafios e práticas da aplicação da economia circular
A economia circular é um sistema econômico que busca manter um fluxo circular de recursos, recuperando, retendo ou agregando valor, enquanto contribui para o desenvolvimento sustentável.
Esse novo padrão almeja conciliar crescimento econômico com uso eficiente dos recursos naturais e aumento da competitividade industrial.
Para debater economia circular na cadeia produtiva da moda, o Comitê da Cadeia Produtiva da Moda (Commoda) da Fiesp, coordenado por Wayner Machado, convidou para falar sobre o tema, na reunião da última terça-feira (6/8), o diretor titular adjunto do Departamento de Desenvolvimento Sustentável (DDS) da Fiesp, Kalil Cury Filho.
Na apresentação, Kalil Cury citou alguns desafios para implementar a economia circular na cadeia produtiva da moda, entre eles, viabilidade técnica e econômica; questões tributárias; mecanismos de incentivos, infraestrutura do setor, entraves regulatórios e Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I).
“Para mexer na economia circular toda a cadeia de fornecimento tem que estar integrada, é um processo longo e de transformação, mas não tem volta”, pontuou Kalil Cury.
Ele também mostrou algumas práticas de como aplicar a economia circular na indústria: eficiência no uso de recursos e utilidades, compartilhamento, remanufatura e reparo, prolongamento da vida útil, valorização de resíduos e recuperação energética.
Usando dados de um relatório feito pela consultoria empresarial McKinsey&Company e pela Global Fashion Agenda, Kalil Cury apontou as grandes oportunidades para redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), um dos responsáveis pelo aquecimento global, na indústria da moda.
Segundo o estudo, é preciso intensificar as ações de redução de emissão e aumentar os esforços de descarbonização para reduzir as emissões anuais para 1,1 bilhão de toneladas de GEE em 2030.
O estudo diz que 61% da queda nas emissões adicionais sob este cenário de redução acelerada poderia ser alcançada por meio de iniciativas como melhorias de eficiência energética e transição para energia renovável, com o apoio de marcas e varejistas. Outros 18% das emissões poderiam ser reduzidas por meio de melhorias operacionais por marcas de moda e outros 21% por meio de mudanças no comportamento do consumidor. Juntos, esses esforços podem remodelar o cenário da moda.
Segundo dados da Ellen McArthur Foundation, modelos de negócios circulares para a moda, que permitem que empresas obtenham receita sem fabricar peças novas, representam uma oportunidade de US$ 560 bilhões. Esses modelos que incluem restauro, reparo, revenda, customização e mercados de aluguel já representam US$ 73 bilhões do mercado global da moda, segundo dados da instituição.
Fórum Mundial de Economia Circular 2025
Em 2025, São Paulo sediará o mais importante evento de economia circular do mundo, o World Circular Economy Forum(WCEF),Fórum Mundial de Economia Circular. Ele será realizado nos dias 13 e 14 de maio de 2025, no Parque do Ibirapuera, na capital paulista.
Será a primeira vez que o evento ocorrerá na América Latina, onde também serão feitas as negociações sobre clima e diversidade, oferecendo uma oportunidade para fortalecer a colaboração global e envolver as empresas na construção de um futuro de economia circular.
O evento foi anunciado no Fórum Mundial de Economia Circular 2024 em Bruxelas, Bélgica.
A organização do Fórum Mundial 2025 é encabeçada pela Fiesp, pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Fundo de Inovação Finlandês – Sitra, criador da primeira estratégia de economia circular, em 2016. O Fundo também criou o evento Fórum Mundial de Economia Circular, que tem sido realizado desde 2017 em vários países, como Finlândia, Holanda, Canadá, Japão, África e Bruxelas.
Com informações da Agência Indusnet Fiesp
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