Desocupação cai e alguns segmentos já apresentam taxas de desemprego abaixo das registradas antes da pandemia
Estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 21 de dezembro, demonstra que a retomada do mercado de trabalho se intensificou no último trimestre do ano. O documento, que analisa os dados desagregados da Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), informa que todos os segmentos pesquisados apresentaram queda nas respectivas taxas de desocupação, tanto na margem, quanto na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.
O recorte regional mostra que o desemprego recuou em todas as regiões do país, com destaque para Centro-Oeste e Sul, em que as taxas já atingiram patamares menores que os observados no terceiro trimestre de 2019, ou seja, anteriores à pandemia. Em termos absolutos, as maiores taxas de desocupação foram verificadas em Pernambuco (19,3%), Bahia (18,3%), Alagoas (17,1%) e Sergipe (17,0%). Já as taxas de desocupação das regiões metropolitanas e não metropolitanas passaram de 17,7% e 12,7% em 2020 para 14,9% e 10,9% em 2021, respectivamente.
Os dados por gênero, por sua vez, mostram que, embora tenha ocorrido queda da desocupação para ambos os sexos, esta foi mais intensa entre os homens. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, enquanto a desocupação masculina recuou de 12,9% para 10,1% (-22%), o desemprego entre as mulheres passou de 17,5% para 15,9% (-9%). No caso dos homens, o desemprego já se encontra em um nível muito próximo ao período pré-pandemia, já que a taxa de desemprego do terceiro trimestre de 2019 era de 10,0% para o segmento.
O recorte por faixa etária mostrou que praticamente todos apresentaram redução em suas taxas de desemprego no terceiro trimestre. A única exceção foi dos trabalhadores com mais de 60 anos, em que a desocupação se manteve estável no período recente. O efeito da expansão interanual de 14,1% sobre a redução da desocupação desse grupo foi anulado pelo crescimento de 14,2% da força de trabalho.
Já para os mais jovens, apesar da população economicamente ativa ter apresentado uma elevação de 10,7%, o expressivo aumento de 18,5% da população ocupada, fez com que a taxa de desocupação deste grupo recuasse de 30,6% no terceiro trimestre de 2020 para 25,7% no mesmo período de 2021. O recorte por escolaridade mostrou uma queda generalizada da desocupação para todos os níveis de instrução. Embora os trabalhadores com ensino médio incompleto seja o segmento a apresentar a maior taxa de desemprego (20,1%), a ocupação desse grupo foi a que mais cresceu no terceiro trimestre (14,9%), o que possibilitou um recuo de quatro pontos percentuais da desocupação entre 2020 e 2021, mesmo em um cenário de alta de 11,0% da força de trabalho no período.
A comparação entre os terceiros trimestres de 2020 e 2021 mostra que onze dos treze setores de atividade contemplados pela pesquisa apresentaram saldo positivo e sete deles registraram crescimento superior a 10%. O principal destaque vai para o setor de alojamento e alimentação, com crescimento anual da população ocupada de 26,5% no terceiro trimestre de 2021. O setor de serviços domésticos e construção civil também registraram taxas de crescimento superiores a 20%, com altas de 21,3% e 20,1%, respectivamente.
Desses treze setores, apenas o de alojamento e alimentação registrou um aumento superior a 20% do emprego formal. Já no que diz respeito ao crescimento anual do emprego sem carteira, temos seis setores registrando valores superiores a 20%, mostrando uma tendência que tem se repetido na maioria dos setores de maior crescimento do emprego informal frente ao emprego formal. À exceção do setor de serviços pessoais, todos os demais setores registram um crescimento anual da população ocupada maior no segmento de empregos sem carteira assinada do que no segmento de empregos com carteira assinada.
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