Energia e clima: aspectos geopolíticos e oportunidades para o Brasil

A última palestra do Seminário de Eficiência e Transição Energética, promovido pelo Sinditêxtil-SP em 23 de agosto, trouxe Carolina Pavese, professora do curso de Relações Internacionais e coordenadora do Núcleo de Estudos e Negócios Europeus na ESPM, que falou sobre os aspectos geopolíticos e oportunidades para o Brasil. A mediação ficou por conta de Luiz Arthur Pacheco, presidente do Sinditêxtil-SP.

Pavese dividiu sua apresentação em quatro partes. Confira, abaixo, as principais curiosidades:

Tensões de segurança e a balança do poder
84% da energia global vem de combustíveis fósseis: petróleo (33%), carvão (27%), gás (24%). Venezuela, Arábia Saudita e Irã possuem, juntos, metade da reserva de petróleo mundial. Os países que mais consomem petróleo são EUA, China, Índia, Japão, Rússia e Brasil. Já os países que possuem maior reserva de gás natural são Rússia, Irã, Qatar, Turcomenistão e EUA. Os maiores exportadores de gás natural são Rússia, EUA, Qatar, Noruega e Austrália.

Crise climática e sustentabilidade
Na matriz energética do mundo (em 2018), o petróleo aparece em primeiro lugar (31%), seguido pelo carvão (27%) e gás natural (23%). Já nas emissões de gases de efeito estufa no mundo (em 2018) destacam-se as áreas de energia (76%), agropecuária (12%) e processos industriais (6%).

Tecnologia e consumo
A demanda de energia elétrica na União Europeia já atingiu os índices pré-pandemia, mas graças à continuidade de ações de incentivo à energia renovável, o uso de combustíveis fósseis não voltou ao mesmo patamar em que estava em 2019. Até 2050, estima-se que energia renovável seja a principal fonte nos EUA, seguida de gás natural.

Brasil
Na matriz energética do Brasil (em 2019), o petróleo aparece em primeiro lugar (34%), seguido pela bioenergia (27%), hidráulica (12%) e gás natural (12%). Já nas emissões de gases de efeito estufa no Brasil (em 2019) destacam-se as mudanças de uso da terra e florestas (44%), agropecuária (28%), energia (19%) e processos industriais (5%). A América Latina é a segunda região mais atraente do mundo para investimento estrangeiro em energia renovável depois da Europa. Atualmente, o Brasil é o terceiro maior produtor global de biocombustíveis, com participação expressiva no setor de transportes (20% do consumo energético). Além disso, possui potencial de crescimento até 2024, ficando atrás apenas da China no quesito produção. O Brasil respondeu por 40% de todos os projetos de investimento estrangeiro no setor de energia renovável em 2019, seguido pelo Chile (29%), México (15%) e Colômbia (6%).

Carolina Pavese

O Seminário de Eficiência e Transição Energética faz parte das atividades comemorativas dos 90 anos do Sinditêxtil-SP que irá até março/2023, contando com o patrocínio da Alpargatas, Jolitex, Abit, Adatex, Canatiba, Castanhal, Saltorelli, Santa Constancia, Santista, Abrafas, Alpina, Embrasa, Bonfio, Golden Technology, Hondatar, Rhodia – Grupo Solvay, Rosset.

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