SENAI CETIQT apoia criação de aplicativo de rastreabilidade e originalidade em artigos têxteis
A pirataria é um ato muito recorrente não só no Brasil como no resto do mundo. Nas últimas décadas, foram detidos cerca de R$ 228 milhões pela Polícia Federal em réplicas de vestuário – camisetas, tênis, calças etc. Com o intuito de colaborar com uma solução para combater esta atividade e fortalecer a relação entre as marcas e consumidor, o SENAI CETIQT apoiou a startup R-Inove na criação de um aplicativo que rastreia e codifica a originalidade dos produtos de maneira simples e rápida. Com o software, tanto o consumidor quanto o criador da marca poderão identificar, pela impressão do código sobre o fio, a leitura instantânea do artigo têxtil e a consulta de dados do produto diretamente no aplicativo – permitindo que o usuário encontre informações sobre a originalidade da peça de maneira imediata.
“A parceria entre R-Inove e SENAI CETIQT contribui para o avanço do ecossistema de inovação, pois uma startup necessita do apoio de uma instituição de referência nacional na busca de soluções para o segmento – e o fortalecimento da relação entre os dois acelera as mudanças na busca por um mundo mais transparente, sustentável e justo. O segmento têxtil brasileiro é relevante e o impacto de uma inovação disruptiva trará benefícios mundiais”, conta Rafael Rocha, Analista de Mercado II, da Coordenação de Relações com o Mercado do SENAI CETIQT.
Estima-se que de janeiro a setembro de 2021, o Brasil atingiu a marca de mais de 4,5 bilhões de gastos em pirataria, ocupando o quinto lugar no ranking global de acessos a produtos piratas. “A prática não só traz malefícios econômicos, como também alimenta a mão-de-obra escrava e infantil. Em São Paulo, por exemplo, existem pessoas de diversas nacionalidades que vieram para o Brasil na esperança de um sustento e acabaram sendo aliciadas por confeccionistas que tomam seus documentos e a colocam em situações de trabalho deploráveis e recebendo um retorno financeiro mínimo”, explica Micheline Maia Teixeira, co-fundadora da startup R-Inove.
A produção consciente e um mercado justo são alguns dos maiores objetivos da indústria têxtil. O setor é considerado um dos mais poluentes do mundo. Em 2019, a ABIT estimou que são desperdiçados cerca de 170 mil toneladas de resíduos têxteis pelas confecções por ano no Brasil – sendo descartados de maneira inadequada em aterros sanitários. A criação do aplicativo permite que o benefício da rastreabilidade do produto mostre qual a marca responsável pela atividade, visando a diminuição do despejo de produtos, além de informar o código de originalidade e a rastreabilidade de processo do tecido com geolocalização da unidade fabril. Outro método disponível no aplicativo é o de codificação em apenas um item do vestuário ou menos – como manga, bolso ou gola, garantindo a afirmação da originalidade.
Os benefícios e soluções da codificação – Entre os benefícios e vantagens da criação do aplicativo está a codificação do produto – efetuada sobre fios de algodão ou mistos, dificultando a criação de possíveis cópias. O método não pode ser visto a olho nu, somente com o uso da luz UV, permitindo, assim, que a aparência final do produto permaneça do mesmo jeito no artigo têxtil sem interferências em seu aspecto. Outro benefício da codificação é a possibilidade de leitura e consulta instantânea no app, com informações em qualquer etapa de produção e no artigo pronto.
O aplicativo está sendo repaginado e o SENAI CETIQT foi um fator determinante no desenvolvimento do projeto. É previsto que o lançamento seja feito nos próximos dois meses, com uma interface personalizada para o produtor têxtil e o outra própria para o consumidor.
Para os próximos passos, a R-INOVE estará presente no The International Textile Manufacturers Federation, na Suíça. A startup foi a única do mercado brasileiro a ser indicada pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) para a apresentação de projetos e parcerias com o SENAI CETIQT.
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