ONG Wildlife Habitat certifica primeira empresa têxtil do Brasil

Pássaros, peixes, capivaras, onças, cobras e outros animais que compõem uma fauna muito diversificada; uma floresta com milhares de árvores de espécies da Mata Atlântica plantadas e mantidas; dois rios cruzando a área; e mais de 27 fábricas de uma indústria química em plena operação.

Ao longo de décadas, o complexo da Rhodia de Paulínia (SP) fez o que para muitos poderia parecer missão impossível: promover a convivência harmoniosa com a natureza. E fez isso com tal eficiência que se tornou um benchmark internacional, reconhecido pela respeitada organização não governamental Wildlife Habitat Council (WHC), que atua há 30 anos estimulando ações de gestão ecológica no setor privado por meio de parcerias com empresas e educação ambiental. Em setembro, a entidade conferiu ao espaço em Paulínia o Certificado WHC Ouro (WHC Certified Gold), o mais elevado nível da certificação.

Por suas boas práticas de sustentabilidade, Paulínia foi escolhida pela matriz para ser um dos primeiros parques industriais da Solvay a passar pelo escrutínio dos auditores do WHC. Acabou sendo o primeiro do Grupo a obter a certificação. No Brasil, poucas empresas detêm esse selo.

Um oásis de biodiversidade encravado num polo químico

A Unidade de Paulínia está instalada no Complexo Industrial São Francisco, área originada da antiga Fazenda São Francisco. Da área de 16 milhões de metros quadrados, apenas 15% do complexo atualmente é ocupado pela parte industrial, incluindo áreas de trânsito, estruturas administrativas e de convívio social, como o restaurante. A área é cortada pelo Rio Atibaia e Ribeirão Anhumas e tem vegetação típica da Mata Atlântica. Esse é o habitat para diversas espécies da fauna e flora nativa da região, que encontram no Complexo Industrial São Francisco um oásis para sua existência e propagação.

Onça-parda

No processo de certificação WHC, foi realizado um inventário da fauna e flora local. Só entre os animais, foram identificadas 83 espécies de aves, mamíferos, peixes, anfíbios e répteis. Parte desses achados proveio de fotos tiradas pela equipe de bombeiros e imagens capturadas pelas câmeras de segurança das fábricas, que registaram o trânsito desses “moradores do site”. Mais de 90 espécies vegetais foram catalogadas por uma empresa especializada especialmente contratada para o projeto.

Esse inventário documenta alguns achados interessantes. O site de Paulínia, por exemplo, é abrigo para o lobo-guará, uma espécie ameaçada de extinção, além de ser habitat de espécies como a onça parda ou suçuarana, o segundo maior felino das Américas, perdendo em tamanho apenas para a onça-pintada.

*Crédito de imagens: divulgação/Rhodia

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