Índice de confiança da pequena Indústria volta a crescer
Após quatro meses de queda, a confiança das micro e pequenas empresas da Indústria apresentou um incremento de 8,5 pontos, passando de 95,5 pontos para 104 pontos. De acordo a Sondagem das Micro e Pequenas Empresas, realizada mensalmente pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), a melhoria da Indústria fez com que o Índice de Confiança de Micro e Pequenas Empresas (IC-MPE) apresentasse uma ligeira variação positiva de 0,3 ponto e compensasse a queda registrada em outros setores.
Em dezembro de 2021, após ter apresentado uma queda em novembro, o IC-MPE – que mede a confiança dos donos de pequenos negócios do Comércio, Serviços e Indústria – passou de 93,8 para 94,1 pontos. “O Índice de Confiança Geral das MPE ainda está abaixo da neutralidade. A retomada da confiança da Indústria – com esse setor voltando a ultrapassar a barreira dos 100 pontos – espelha um movimento ainda localizado, nas indústrias de alimentos e produtos de metal, cujo Índice de Situação Atual de dezembro avançou positivamente”, observa o presidente do Sebrae, Carlos Melles. Em dezembro a confiança dos empreendedores do Comércio apresentou uma queda de 3,3 pontos e no setor de Serviços, 1,1 ponto.
O presidente do Sebrae chama a atenção também para o fato de que a confiança geral das micro e pequenas empresas finaliza 2021 ainda está abaixo do nível que poderia refletir um ritmo de retomada mais forte da economia. “A chegada da Ômicron, a alta de juros, o câmbio elevado, a inflação em alta e a consequente queda do poder de compra dos trabalhadores, em um ano de forte incerteza política, serão a vertente para o ano de 2022”, analisa.
Indústria – O Índice de Confiança da Indústria atingiu o maior valor desde julho do ano passado (106,7 pontos), o que fez com que o setor recuperasse 75,9% das perdas dos últimos meses. “Vale à pena reforçar que essa recuperação da indústria é observada apenas nas micro e pequenas empresas, o que mostra a força dos pequenos negócios, nesses segmentos. Quando incluímos nesse cálculo os dados das médias e grandes indústrias, o índice apresenta uma queda de 2 pontos”, ressalta Melles. O segmento de alimentos foi o que mais influenciou positivamente o setor, seguido pelo de metalurgia e produtos de metal, refino e produtos químicos e outros. Já o segmento de vestuário recuou.
A melhoria da confiança nas MPE da indústria pode ser atribuída à melhora da situação atual e das perspectivas para os próximos meses, nesses segmentos. “Na média das MPE da indústria, o indicador que prevê a produção e as contratações de mão de obra para os próximos meses foram os que mais influenciaram positivamente, já que ambos subiram 11,3 pontos, alcançando o patamar de 105,9 pontos e 113,3 pontos, respectivamente”, pontua o presidente do Sebrae que destaca ainda que o quesito que mede a tendência dos negócios nos próximos seis meses verificou elevação (5,5 pontos), atingindo o nível de 102,7 pontos.
Dos três setores analisados, a Indústria é o que mais pretende contratar nos próximo três meses. Do total de entrevistados, 21,3% pretendem aumentar seus quadros de funcionários, contra 18,9% dos de Serviços e 15,1% do Comércio. Os donos de pequenas indústrias da região Sul são os mais otimistas. O Índice de Confiança desse setor, nessa região, atingiu a marca de 123,9 pontos, seguido pelas regiões Sudeste (113,1), Nordeste (104,1) e Centro-Oeste e Nordeste, ambos com índice de 98,4.
Comércio – O Índice de Confiança das micro e pequenas empresas do Comércio (MPE-Comércio), em dezembro, caiu de 87,3 pontos para 84 pontos. “A cautela dos consumidores e sua preferência por maiores gastos em serviços tem afetado bastante a demanda do comércio. Além disso, fatores como inflação, política monetária mais restritiva e endividamento das famílias contribuem para esse resultado”, afirma o presidente do Sebrae.
Em dezembro, a queda da confiança foi observada em todos os subsetores e regiões pesquisados. O comércio de material de construção foi o que mais impactou negativamente o Comércio, seguido pelo varejo restrito e o segmento de veículos, motos e peças.
Serviços – A confiança das micro e pequenas empresas de Serviços (MPE-Serviços) recuou 1,1 ponto, caindo de 95,9 pontos para 94,8 pontos. O pessimismo do setor com relação aos próximos meses foi influenciado tanto pela tendência dos negócios nos próximos seis meses, quanto pela demanda prevista para os próximos três.
A queda no setor não foi disseminada em todos os segmentos. Os serviços profissionais e outros serviços foram os que mais impactaram negativamente. A confiança dos serviços prestados às famílias também caiu. Na contramão da tendência de queda, os segmentos serviços de informação e serviços de transporte avançaram.
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