Congresso Brasil Competitivo debate qualificação de mão de obra
Pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta que o Brasil é o terceiro país com maior dificuldade para encontrar trabalhador qualificado para vagas de emprego.
Segundo o levantamento, 63% das empresas brasileiras com 10 ou mais funcionários sofrem com carência de mão de obra especializada. Na Índia, o percentual é de 64%, e no Japão, 81%.
Justamente para debater o papel transformador da educação na preparação dos jovens para um mercado de trabalho em constante mudança, o Movimento Brasil Competitivo (MBC), promoveu o Congresso Brasil Competitivo 2024 na Fiesp, na sexta-feira (6/12).
O MBC, que promove soluções conjuntas entre os setores público e privado para o aumento da competitividade sustentável do país, calcula que o despreparo dos trabalhadores no Brasil representa custo adicional de cerca de R$ 335 bilhões ao ano para o setor produtivo.
Na abertura do Congresso, Jorge Gerdau, presidente do Conselho Superior do Movimento Brasil Competitivo, afirmou que esses números reforçam que o país precisa investir em estratégia de qualificação profissional pensando nos jovens que ainda vão acessar esse mercado de trabalho e na requalificação profissional daqueles que já estão trabalhando.
“Acredito que a educação profissional é o caminho para lidar com esses desafios e transformar essas barreiras em oportunidades”, afirmou Gerdau.
O MBC mostra ainda que, no Brasil, só cerca de 10% dos alunos do ensino médio estão na modalidade profissional e tecnológica, quando a taxa é de 68% na Finlândia e de 49% na Alemanha.
Segundo Gerdau, a escola precisa estar preparada para esta inovação, alinhando currículo e preparando os alunos para enfrentar os desafios de um mundo mais conectado e desafiador. “Em educação, o maior desafio é construir eficiência na educação básica”, finalizou Gerdau.
Já o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, lembrou que educação e trabalho são temas muito caros para a Fiesp. “A grande razão que me levou a assumir a presidência da Fiesp foi justamente a educação. E estamos fazendo a nossa parte através do Sesi-SP e do Senai-SP”, assegurou.
Josué destacou os programas educacionais que o Sesi-SP implementou para apoiar a rede pública com com soluções para recuperação de aprendizados, qualificação de professores e melhoria dos índices educacionais.
“Levamos a qualidade do Sesi-SP para as escolas públicas paulistas. Não podíamos conceber que o estado mais rico da federação não tivesse a melhor educação básica e fundamental do país”, justificou.
Josué explicou também sobre a avaliação PISA para Escolas, que mostrou que o desempenho dos alunos do Sesi-SP foi superior ao da média do Brasil e do Chile, país com a melhor educação da região.
O PISA para Escolas tem como objetivo, avaliar a qualidade, a equidade e a eficiência dos sistemas educacionais, produzindo um panorama do desempenho de jovens de 15 anos nas áreas de leitura, ciências e matemática.
Para o diretor de educação e trabalho da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo (FPBC), deputado federal Mendonça Filho (União-PE), o Brasil é um país que para ter competitividade precisa ter um ensino de qualidade.
O Congresso Brasil Competitivo 2024 reuniu os governadores do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB); e do Piauí, Rafael Fonteles (PT), e a governadora Raquel Lyra (PSDB), de Pernambuco, que falaram sobre os caminhos para a qualificação profissional e o papel do setor produtivo.
Com informações do Portal da Fiesp.
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