Regulação e linhas de fomento: ferramentas para a transição energética

“O setor têxtil está entre os dez maiores consumidores de energia no Brasil”. A declaração foi feita por Urias Martiniano, consultor Hondatar advogados e sócio do escritório Tomanik Martiniano, no seminário Eficiência e Transição Energética no setor têxtil nacional, realizado pelo Sinditêxtil-SP, no dia 23 de agosto. Durante apresentação no painel “Transição Energética: tendências e perspectivas legais e de investimento”, ele destacou pontos de atenção na legislação e regulamentos no Brasil, onde o custo de energia elétrica representa de 10 a 20 % das despesas das empresas. “É muito importante a atuação proativa dos consumidores no setor elétrico, em especial discussões que possam gerar redução nos custos porque a tendência é de aumento nos encargos e são os consumidores industriais ou residenciais que pagam. A regulação atual não se preocupa com o consumidor como deveria”.

Urias Martiniano

Já Patrícia Iglecias, diretora-Presidente da Cesteb e superintendente de Gestão Ambiental da USP, ressaltou que é necessário discutir a transição para fontes limpas e renováveis, como etanol, hidrelétricas e solar fotovoltaica. “Houve forte demanda no licenciamento de novas pequenas centrais hidrelétricas entre 2000 e 2010 em São Paulo e que têm como benefícios a energia renovável e não poluente”, disse. “Também temos muitas solicitações por usinas solares fotovoltaicas. Já são 62 outorgadas, totalizando 1,23 GW de capacidade”, complementou. Iglecias também citou a importância de considerar o reaproveitamento energético de resíduos.

Patrícia Iglecias

A segunda parte das apresentações foi voltada para as linhas de fomento para substituição de fontes de energia. Ana Cristina Costa, do BNDES, destacou que o banco apoia micro, pequenas e médias empresas em todos os setores da economia. Ela pontuou as linhas oferecidas pela instituição, como o BNDES FINEM Meio Ambiente (direcionado para a redução do consumo de energia) e o FINAME Baixo Carbono (aquisição e comercialização de sistemas de geração de energia solar e eólica e maquinário que pode diminuir a emissão de carbono), entre outros produtos financeiros. “Temos linhas específicas para diversas possibilidades na mudança do processo produtivo”, reforçou.

Ana Costa

Gabriela Chiste, da Desenvolve SP, agência de desenvolvimento criada em 2007 e que passou a operar em 2009, tem o setor privado como público-alvo e foco nas micro, pequenas e médias empresas. Atualmente oferece a linha Economia Verde e ESG que financia projetos, máquinas ou equipamentos que promovem a redução de emissão de gases, geração de energias renováveis e eficiência energética que minimizam o impacto da atividade produtiva no meio ambiente. “Somos repassadores de linhas do BNDES e atuamos em diversas opções junto com a FINEP voltadas para o financiamento da transição energética eficiente”, destacou.

Gabriela Chiste

A mediação do painel ficou por conta de Luiz Abreu, conselheiro do Sinditêxtil-SP.

O Seminário de Eficiência e Transição Energética faz parte das atividades comemorativas dos 90 anos do Sinditêxtil-SP que irá até março/2023, contando com o patrocínio da Alpargatas, Jolitex, Abit, Adatex, Canatiba, Castanhal, Saltorelli, Santa Constancia, Santista, Abrafas, Alpina, Embrasa, Bonfio, Golden Technology, Hondatar, Rhodia – Grupo Solvay, Rosset.

+ posts

Compartilhe este post

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *