CNI e Investe SP trazem comparativos globais de matrizes energéticas

O primeiro painel do Seminário de Eficiência e Transição Energética promovido pelo Sinditêxtil-SP, em 23 de agosto, trouxe o tema “Mudanças climáticas e energia: como se preparar para a transição energética” e contou com representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe SP), com mediação de Wilson Mello, da Stocche Forbes Advogados.

A abertura ficou por conta de Davi Bomtempo, da CNI. Foram abordados temas como a neutralidade de emissão de carbono em 2050; expansão de energias renováveis; desenvolvimento de novos produtos e fontes energéticas de baixo carbono (hidrogênio verde); eletrificação das frotas de veículos; fim dos subsídios a fontes fósseis; bancos centrais e setor financeiro passando a medir risco climático, entre outros temas.

Davi Bomtempo

Em seguida, foi a vez dos representantes da Investe SP compartilharem comparativos globais de matrizes energéticas. Fernando Fritz, do escritório instalado na Alemanha, falou da substituição dos combustíveis fósseis por energia renovável e do aumento da eficiência energética e redução do consumo energético como pilares da transição no país europeu. As metas na Alemanha são atingir a chamada economia carbono zero até 2050, zerar o uso de carvão até 2038 e a energia nuclear até 2022. O país também espera investir em hidrogênio verde.

Fernando Fritz

Na sequência José Mário Moccia Antunes, representando o escritório na China, abordou a evolução e os desafios na transição energética no país oriental. A China é a segunda maior economia do mundo, mas hoje é altamente dependente do uso de carvão mineral (56%), seguido de petróleo e derivados (18%). Fontes de energia renováveis somam apenas 14% na matriz energética do país.

José Antunes

Silvia Pierson, do escritório em Dubai, apontou que os Emirados Árabes Unidos devem investir US$ 163 bilhões em energia limpa e renovável até 2050. O país se comprometeu a reduzir suas emissões em 23.5% até 2030 e a obter 50% de sua eletricidade de fontes renováveis e nucleares até 2050.

Silvia Pierson

Encerrando o primeiro painel do seminário, Maurício Abadi, do escritório nos Estados Unidos, apontou as dificuldades para a transição energética no país norte-americano: combustíveis fósseis representam quase 80% da demanda energética nos EUA; energia solar e eólica representam apenas 9% da demanda, mas o país quer, até 2050, que o número salte para 70%. Abadi indicou que, em 2021, o investimento em transição energética foi de U$ 755 bilhões (menos de um quarto do considerado ideal), fruto de regulação energética ultrapassada e cultura contra movimentos ESG.

Maurício Abadi

O Seminário de Eficiência e Transição Energética faz parte das atividades comemorativas dos 90 anos do Sinditêxtil-SP que irá até março/2023, contando com o patrocínio da Alpargatas, Jolitex, Abit, Adatex, Canatiba, Castanhal, Saltorelli, Santa Constancia, Santista, Abrafas, Alpina, Embrasa, Bonfio, Golden Technology, Hondatar, Rhodia – Grupo Solvay, Rosset.

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