Abit contesta proposta do Ipea de reduzir tarifas de importação
“É inadmissível o corte de 50% das tarifas de importação brasileiras e/ou do Mercosul, sugeridas em nota técnica do instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)”, afirma Fernando Valente Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Para ele, “a medida seria desastrosa para nossa manufatura, considerada a imensa discrepância com os concorrentes estrangeiros em termos de competitividade”.
O dirigente salienta que, “intramuros, a indústria nacional compete em igualdade de condições com a estrangeira, mas os tributos, burocracia, custos trabalhistas e insegurança jurídica, dentre outros fatores críticos, estabelecem condições muito desfavoráveis para os brasileiros”. Para ilustrar a questão, Pimentel ressalta que operar no Brasil custa R$ 1,5 trilhão por ano a mais do que na média das nações da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), conforme estudo do Boston Consulting Group, com a participação de entidades de classe. Somente os impostos representam R$ 270 bilhões desse total.
“Portanto, não há como reduzir tarifas de importação antes de solucionarmos essas questões estruturais que agravam o Custo Brasil e dilaceram nossa competitividade”, pondera o presidente da Abit, concluindo: “É por isso que defendemos, por exemplo, a realização das reformas tributária e administrativa, que não podem ficar paradas no Congresso Nacional”.
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