Inovação e sustentabilidade na indústria da moda

Para debater a economia criativa e as oportunidades para a indústria da moda, o Comitê da Cadeia Produtiva da Moda (Commoda) da Fiesp, dirigido por Wayner Machado, convidou para participar da reunião desta terça-feira (24/10), Ana Carla Fonseca e Maria Inez Murad, da Garimpo Soluções Consultoria, especialistas no tema. A economia criativa está relacionada a diferentes cadeias de negócios e tem, na essência, criatividade como fator central na definição de valor de produtos e serviços.

A sustentabilidade e o compromisso com a mitigação das mudanças climáticas estiveram no centro do debate. De acordo com Maria Inez Murad, esses são o grande desafio do setor, ainda que as empresas estejam cada vez mais deixando o discurso e indo para a prática “A cadeia toda precisa pensar em uma moda mais sustentável, brechó deixou de ser cafona, cafona é comprar o tempo todo”, afirmou.

Maria Inês Murad citou como exemplo novas tecnologias aplicadas em materiais sustentáveis por famosas empresas europeias, como casca de maçã para confeccionar bolsas e carteiras, teia de aranha para fazer seda e um tecido feito a partir das cascas da laranja.

Em sua exposição, Ana Carla Fonseca mencionou a Global Fashion Agenda, que lançou em 2020 o relatório “Fashion on Climate”. O documento analisou as áreas nas quais os diversos atores da indústria da moda devem concentrar esforços para cumprir as metas climáticas e diminuir as emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE). “É possível fazer da cadeia brasileira da moda uma referência mundial de compromisso e ação climáticos”, pontuou.

Segundo o relatório “Fashion on Climate”, cerca de 43% do potencial de redução de gases da indústria pode se dar pela descarbonização da produção e melhor eficiência de processos.

As especialistas também defenderam que a indústria da moda tenha o Selo EPD (Declaração Ambiental de Produto), que fornece informações verificadas, objetivas e detalhadas sobre o impacto ambiental do produto ao longo de seu ciclo de vida. “Ele é importante porque é uma declaração de credibilidade para a marca”, enfatizou Ana Fonseca.

O Passaporte Digital de Produtos, representação digital de produtos físicos, regulamentado pela União Europeia, que mostra informações de sustentabilidade também é uma ferramenta importante para a economia circular. “Ele permite que empresas verifiquem, gerenciem e melhorem a sustentabilidade de produtos”, explicou Maria Inez Murad.

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